Me Veste Brasil - Brechós se consolidam como segmento de consumo no Rio Grande do Sul!

Brechós se consolidam como segmento de consumo no Rio Grande do Sul!


Com opções para todos os gostos – e bolsos – os brechós se firmam cada vez mais como uma alternativa de consumo mais consciente. Não só o preço muito menor em relação às peças de primeira mão, mas qualidade, design consagrado e o atendimento diferenciado e personalizado nas lojas atraem compradores. As lojas são ainda principalmente físicas, mas a negociação pelas redes sociais e pagamento pelo PIX vão aumentando sua participação no faturamento desses empreendedores. Além disso, lojas online e o foco em sustentabilidade têm ampliado a atuação desse setor, que, segundo pesquisas, deve passar por crescimento vertiginoso nos próximos anos.

Um atendimento personalizado, próximo a uma assessoria de moda, e a possibilidade de adquirir um “sonho de consumo” por um preço muito mais acessível tem levado cada vez mais pessoas – principalmente mulheres – a preferir o brechó na hora de comprar roupas e acessórios.

Por isso, o segmento tem se consolidado cada vez mais, atuando em ramos que vão do comércio popular às roupas de luxo, e passando por nichos específicos como as roupas infantis, para prática esportiva ou as peças vintage; e atraindo, inclusive, a atenção de grandes redes e investidores, que podem ampliar a atuação online e mobilizar um grande universo de fornecedores e prestadores de serviço.

Segundo dados de pesquisa com consumidores realizada pela Global Data nos anos de 2019 e 2020, o mercado de segunda mão cresce 25 vezes mais rápido que o segmento de moda tradicional. No Brasil, o mercado representa uma movimentação de R$ 7 bilhões, com potencial de chegar a R$ 31 bilhões até 2025.

Já nos Estados Unidos, segundo a mesma pesquisa, esse mercado conquista, cada vez mais adeptos entre os jovens: 40% da Geração Z e 30% dos Millenials já são consumidores do mercado de segunda mão.

Outro dado resultante de uma pesquisa do site Enjoei com o Boston Consulting Group, mostra que esse mercado poderá ultrapassar o valor do mercado de fast fashion no Brasil até 2030, podendo crescer de 15 a 20%. Ainda que não haja números gerais consolidados para o Rio Grande do Sul, empresários ouvidos pelo Jornal do Comércio são unânimes em apontar que a perspectiva é de crescimento, e as trajetórias retratadas aqui comprovam o caminho trilhado por esses empreendedores.

Para além do mero comércio de artigos que trocam de mãos e vão para o guarda-roupa de outros donos, os brechós são a segunda vida de marcas cobiçadas e que têm preços exorbitantes não só em época de crise. O preço alto garante, em parte, a exclusividade das peças e seu destaque em relação à moda fast-fashion, disponível em grandes quantidades nas lojas de departamento. Mas, nos brechós, o mesmo glamour custa, em média, um terço do preço original.

“Na Animale, você paga R$ 700 numa regatinha, que aqui pode encontrar por R$ 100. Se uma bolsa de uma marca como Prada custa R$ 13 mil ou R$ 14 mil, no brechó você pode encontrar por R$ 3,5 mil ou R$ 4 mil dependendo do modelo”, exemplifica Cláudio Alex Strassburger, proprietário do Vintage Boutique Brechó, que existe há 10 anos no Moinhos de Vento, em Porto Alegre.

Esses preços mais convidativos fazem com que o público de sua loja, que iniciou se especializando em peças Vintage de marcas como Pierre Cardin – extremamente populares nos anos 1970 e 1980 – ampliasse sua oferta. Agora, ele pontua que a maior parte da clientela busca roupas do dia a dia – para manter a elegância em ambientes de trabalho como escritórios e bancos. “O que tento é oferecer qualidade. Não importa se a cliente vai comprar um shortinho ou uma t-shirt: eu quero que ela leve o melhor shortinho, e fique bem vestida com ele”, diz.

Mas o Vintage vai além: tem roupas de luxo, de festa e até raridades como um vestido de casamento do consagrado estilista gaúcho Ruy Spohr ou de Clodovil, um dos antigos estilistas mais famosos do País. Isso torna o brechó relevante, inclusive, como um recurso educacional. Com seu acervo de cerca de 50 mil peças, serve também de “laboratório” educacional para os cursos de moda da ESPM de Porto Alegre, com o qual mantém uma parceria.

Texto por: Lívia Araújo, especial para o JC*

Amou? Compartilhe este produto
,

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *